Sim ainda, e por enquanto, acredito que estou de férias. Pedi férias para o gerente, para os meus pais, para Deus. Pedi para o mundo parar, pra eu conseguir organizar a casa e ir passear no parque. Estou dando o tempo que a minha cabeça precisa pra minha mente deixar de ser um liquidificador de idéias. Pedi férias para a minha vida, pois imagino que assim posso curtir uns dias com a Bia na minha casa, engatinhando pela sala.
Eu precisava de um tempo ocioso que não fosse ocioso como os dias normais. Em tempos de crises combinados com decisões urgentes, ás vezes é necessário pedir férias. Acredito que dentro de alguns dias volto a rotina não tão rotineira de incertezas. Penso que com as férias consigo respirar e pensar bem no vestibular, acertar as contas com a mãe quando ela voltar, mudar as atitudes relapsas profissionais. Consegue entender? Acordar não tem sido tão difícil durante as férias. Arrumar o guarda-roupas sem ter hora pra terminar tem sido como terapia. Estudar matemática todos os dias não é mais um sacrifício. Ler é mais agradável. Dar o tempo necessário para a mente processar os planos até tocar o coração e chorar, por estar feliz, por ter encontrado a resposta das dúvidas que me perseguiam dentro do ônibus voltando pra casa, tem sido mais interessante e necessário. Pensar em mim, apenas e somente, tem sido um exercício de paciência. As férias mentais, psicológicas, alucinadas tem data e hora pra terminar. Não me preocupo... nesse momento sinto-me segura.
Dossiê com o registo individual de habilitações ou de experiências do ato de pensar. E só!
quinta-feira, 29 de julho de 2010
quinta-feira, 22 de julho de 2010
Diário de Férias
Hoje fez sol nessa cidade, mesmo assim foi difícil acordar... como tem sido todos os dias. Nada como se esforçar um pouquinho. As coisas precisam começar a acontecer e eu sinto uma vontade enorme de caminhar no parque. Mas, digo que minhas férias serão adiadas. Cheguei a humilde conclusão de que esse, definitivamente, não é o momento de tirar férias. Esse é o momento de aproveitar o tempo pra dar continuidade aos planos para o futuro. Que bonito isso não? Eu diria que o primeiro empurrãozinho já foi dado. E são tantas idéias. Elas precisam se concretizar, sabe como? As férias sugerem o ócio. Nesse mundo não há tempo para o meu ócio. Quem sabe em outro momento. Agora não dá. Agora, preciso aproveitar todo o produto do ócio sugerido, para trabalhar. Trabalhar inclui muita coisa. Ixi. Deu nó. Preciso acabar com essa mania de trocar a noite pelo dia. Se eu continuar assim, dentro de algum tempo, não vou dar valor algum ao sol depois de ele nascer.
quarta-feira, 21 de julho de 2010
segunda-feira, 19 de julho de 2010
Diário de Férias
Estou adorando as minhas férias. Pois é eu não estava de férias, mas tenho a sensação de que são férias. Sei lá a rotina da casa esta diferente, a rotina do trabalho esta diferente... tudo diferente! Na verdade, verdadeiramente, estou perdida... mas essa não é nenhuma novidade. Como tem sido dificil acordar... sair de casa então é quase uma missão impossível! Sem exageros, é verdade. Pelo menos hoje consegui colocar ordem na casa. Tenho quase um quarto novo. Agora posso ir para a proxima etapa. Os estudos, o trabalho enfim essas coisas. O resto que vier é lucro! Sim, estou numa fase de transição... espero que passe rápido.
sábado, 17 de julho de 2010
Sobre a menina
Faz frio nesses últimos dias. Eu não saio de casa a 4 dias. No máximo vou até a porta fumar um cigarro.Pelo menos tenho pantufas novas. É o que tenho feito nos ultimos dias. Vou até a porta, fumo um cigarro e depois entro novamente em casa. Não tenho se quer passado do portão. Estranho... afinal, costumava sair todos os dias... verdadeiramente chegava quando o sol estava nascendo. Mas isso foi antes... tinha bons motivos pra sair... com chuva ou com sol, entende? Faz frio e chove á 4 dias. Sinceramente não há pq sair de casa quando não é assim, tão necessário. E as ruas sempre úmidas. Novidades? ham... terminaram de calcificar a raiz da minha árvore. Pobrezinha. Pra variar deixaram uns entulhos jogados. Espero que daqui há uns dias alguém tire isso de lá. Olha eu, preciso muito mesmo de sol. Só assim pra eu sair de casa um pouco. Não me faz bem ficar tanto tempo no mesmo lugar. A minha árvore sabe como é a angústia de não ter escolha...
Monólogo de uma árvore com a copa dourada
Faz frio nesses últimos dias. A menina não saiu mais de casa. Tenho reparado. Já fazem 4 dias que a vejo indo até a porta e só. Ela sai com o seu sobre tudo preto. Esta de pantufas laranja dessa vez. Acende mais um cigarro, tenta se proteger do frio... depois que termina de fumar entra em casa novamente. Mas é assim... nunca passa do portão. Estranho... afinal, querendo ou não ela costumava sair... voltava quando o sol nascia... Se bem que, tem feito frio... e só chove a 4 dias. As ruas estão cada vez mais molhadas. Nenhuma novidade a não ser a construção dessa calçada aqui que acaba de terminar. Ainda restam uns entulhos na minha raiz, mas creio que dentro de alguns dias alguém os retira daqui. Talvez seja melhor pra mim. Espero que faça sol nos próximos dias, assim quem sabe a menina volta a sair de casa. Acho que não é bom passar muito tempo num mesmo lugar. Na verdade bem sei. Mas eu não tenho escolha não é?
quinta-feira, 15 de julho de 2010
deveria? deveria a menina fazer isso... ? ela sabe mais uma vez o q vai acontecer... serão dias internada... mergulhada em um novo trabalho. E só consegue pensar se realmente vale a pena. Mas pq? Volta a aderir ao método terapeutico que inventou... calma... respira... dê tempo ao tempo. Agora não é a hora de abandonar o barco, mandar tudo a merda, ir viajar como tem vontade de fazer. Sabe que deve se organizar. É só saber se organizar. Mas pra essa menina tudo é tão dificil quando as idéias dentro da sua cabeça parecem estar como num liquidificador... É só respirar fundo menina. Vc assumiu o risco.... agora pode não parecer valer a pena... mas no futuro... confuso. Eu diria, desesperador... ela, a menina, está quase a espera de um milagre. Entretanto, não pode mais esperar... deve agir. Mais ação, muito mais ação. Os dias passam tão rápido. Ela não sente-se segura... isso não ajuda. Precisa se apegar a algo que dê a certeza de que ela está fazendo o certo, mas é que, as pessoas não entendem. É muito ruin ter que convence-las do valor das coisas dia após dia. Tudo pq existe um formato padrão para viver a vida. acordar, trabalhar, estudar, arrumar dinheiro, comprar o carro, casar ter filhos e morrer velinho. O que acontece diferente disso não é normal.... aí é q vc se fode. se fode pq nada contra a maré, sabendo que é o que deve fazer. Mas as pessoas não entendem... dizem que vc está errada... pensam que vc não faz nda, não quer nda ou esta drogada. Algo assim. exagero? não.... é o q acontece todos os dias quando acordo. Desgastante. Enfraquece, entende? Não dá mesmo pra entender... mas custa tentar? É por isso que tudo vira uma salada na cabeça imatura dessa menina. Pq ela sinceramente nao sabe mais se deve ir até o fim dessa brincadeira de gente grande, ou voltar ao começo da primeira fase do jogo e passar as férias de inverno cuidando das crianças num hotel fazenda.
NOTA
Aquele gosto amargo do teu corpo, faz diferença na minha vida.
Aquela dor na cabeça que eu sentia na verdade era o choro
entalado na garganta, que saiu pelos olhos feito água.
Água com gosto de soro, de choro que lavou o corpo.
Aquela dor na cabeça que eu sentia na verdade era o choro
entalado na garganta, que saiu pelos olhos feito água.
Água com gosto de soro, de choro que lavou o corpo.
quinta-feira, 8 de julho de 2010
Sobre a menina
A menina está preocupada com a sua vida. Sim, pq a árvore com a copa dourada passa por uma nova transformação.... eu diria até reconstrução. É... a menina tem reparado que estão enchendo a raiz de sua árvore com a copa dourada de cal e cimento. A menina, ela, a menina, não sabe se isso é bom ou ruin. Mas está certa de que mudanças radicais estão por vir. Acordou esses dias de manhã ouvindo barulhos de inchada e carrinho de mão. Ficou brava, mas voltou a dormir. Quando saiu de casa vestida com seus óculos de sol, reparou que estavam calcificando sua árvore. Ficou até com medo. Está acompanhando já a uma semana a bagunça perante a árvore. Esses caras são demorados... A menina está mesmo muito preocupada com a sua árvore. Ela deve estar muito desconfortável. Asfixiada, provavelmente. Que injusto. Nessas horas a menina retoma o seu tratamento. O tratamento? Ha sim... consiste em respirar fundo e ter calma. Não sabe mesmo que vai acontecer não é? A menina esta evitando sofrer por antecipação, como fazia ha um tempo. Faz parte do tratamento. Tudo se resolve, seja de uma maneira ou de outra. Sabe como? É só respirar, respirar e ter calma...
quarta-feira, 7 de julho de 2010
miudos
Chegou a hora de revolucionar a minha vida. Devo sim arriscar, porém me doar menos para os outros e mais pra mim. Priorizar a minha vida. Trabalhar o desapego. Deixar de lado essa vontade de querer colocar os outros embaixo do meu braço. Ninguém toma conta dos meu problemas. Justo. Eu estou errada. E sei disso. O não eu já tenho. Posso tentar o sim pensando em mim igual. Não estou mais confusa. Sei bem o que quero. Só tenho medo. Medo de largar tudo, de fazer a escolha errada e me arrepender depois. "Nem vou lhe cobrar pelo seu estrago meu peito tão dilacerado"... Eu sei que é possível conciliar muito bem tudo o que tenho a pretensão de fazer, mas, isso só será possível se eu me colocar como prioridade de mim mesma. É isso o que as pessoas fazem. Eu nem tenho filhos. Não é possível que seja tão difícil. O que empaca é esse meu comportamento exagerado de seguir os métodos dos outros. Chega. Só cabe a mim aceitar as condições ou não... e quando aceitas, arcar com as responsabilidades. Então, daqui pra frente espero que seja uma contra proposta da proposta. Foco! E fica pra depois a esperança de tudo se ajeitar. Pq... elas se ajeitam conforme a maré. Apenas, somente, simplesmente tenho claro pra mim a leve impressão de que já vou tarde.
domingo, 4 de julho de 2010
sobre o tempo
A menina passou o domingo na companhia de seu avô. Ela gosta do jeito que ele fala. Um senhor machista e independente que derrepente virou quase um bebê. A menina sente que precisa passar mais tempo com ele. E é bom. E foi bom. Ele está com a visão comprometida. Anda com dificuldade. Fala lentamente, baixinho, sem a energia que tinha antes. E a menina sente necessidade de conversar mais com ele. Ele segura a mão da menina, e ela conta do sonho que tem de ir pra Cuba. Sentados no sofá, enrolados no cobertor na tentativa de se proteger do frio dessa cidade cinza opaco, ela, a menina lê para o seu avô bebê sobre o governo de Cuba, sobre os metódos de ensino. Ele, mesmo variando um pouco das idéias, lhe aconselha. Depois a menina mostra para o avô musicas cubanas, e eles dançam juntos com as mãos, pois o senhor velhinho bebê já não tem forças. Ele tira o relógio do bolso. A menina adora esse relógio. Ele conta que tem o registro nacional do relógio, que o comprou á uns dois anos. A menina sabe que seu avô ganhou o relógio do seu filho mais velho. Não questionou o que ele estava falando. Ele deve saber o que diz. Esse relógio. Passaram horas observando o relógio nas mão trêmulas do senhor. Ele não parava de falar, sim lentamente, mas não parava. A menina o olha com aquele olhar de ternura. Com aquele olhar de quem se despede de toda a sabedoria do avô dia após dia. Ele sabe que falta pouco tempo. E espera pacientemente. As vezes tenta se levantar de supetão e diz que vai dar uma volta por aí. Ainda bem que a menina está por perto, assim evita que ele se estatele no chão. Parece tão frágil. Tanto quanto ela. Há de ter paciência. e respeitar os momentos de seu avô. Ele se esforça. Mas hoje não quis se quer comer. Não quis acordar... a menina sabe que só tem nesse momento a companhia singela de seu avô. É tão doce. As vezes parece que ele dorme sentado, segurando a mão da menina e ela apesar de saber que tem que cuidar dele, sente-se segura pelo simples fato de sentir que ele está ao lado dela. É o suficiente para o tempo passar suavemente, sem respiração ofegante, sem problemas maiores, sem que seja o fim do mundo. A contagem regressiva e lenta a cerca do tempo de vida de cada um deles começou. A menina espera que amanhã seu avô acorde pra dançar com ela de mãos dadas.
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