A chuva volta e não da treguá
Junto com ela o cinza opaco da cidade e o vento gelado que congela as mãos
Uma segura o cigarro, e a outra persiste em digitar meras palavras a lá Clarisse Lispector
A paz na solidão nunca teve companhia melhor
As dúvidas persistem em perseguir a página de pesquisa do google
Que se foda
foda-se a incoerência a grafia incorreta a ortografia imposta por tais
Quero mais é poder me libertar
ser libertada de tanta ditadura implícita pela web
Quero mais revolucionar meu mundo
Direito meu e não abro mão!
Quero mais é acentuar no a e virgular a proxíma palavra
,
Quero brincar de ser artista e me descrever metriz
Nada precisa ser verdade a não ser que não queira crer
Quero mais interiorizar o exterior e exteriorizar o interior
Quero um tet a tet com Monteiro Lobato e seus Urupês
Quero a palavra música, quero a música poesia
Quero tons de prosa como Ferreira Gullar
Não quero errar os nomes, não pretendo esquecer as preposições
só sei do que não gosto
Quero pausar o momento, o sentimento singelo, nobre, belo, que me AUTOAFOGA
Quero Frida, sou como Orfeu para com Eurídice
Quero ser tão sertão sertão vai virar mar...
quero dançar em Cuba, quero me desfragmentar
Quero tão somente amar
amor meu grande amor
Deixa o pensamento vagar
passear entre as palavras que invadem a mente
e faz-me acordar de madrugada, sem nexo sem sentido, sem pé nem cabeça apenas pq sinto uma vontade descontroladora de complicar o pensamento e conseguir de alguma maneira me explicar. As vezes penso que gostaria de ter um gravador em audio do que se passa na cabeça pra não perder nem uma palavra. Elas fogem quando tenho vontade de guardar. A vontade de escrever livros e inventar filmes vem de pequena. Ainda lembro bem dessa bagunça apenas pq escrevia no diário com a capa do Mikey. E tudo acaba assim, assim como bater o portão sem alarde, documento de identidade e a leve impressão de que já vou tarde.
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