segunda-feira, 14 de junho de 2010

Monólogo de uma árvore com a copa dourada

Faz tempo que não a vejo. Ela dorme durante o dia, e sai de casa a noite. Chega de madrugada. De van, ás vezes de caminhão. acredita? Faz tempo que não a vejo. Parece mais mulher, mais ocupada. Isso deve fazer mal. Ela nem fuma mais na varanda. Ha que saudade. Sabe por que? Hoje ela voltou. Como sempre volta... como antes. Uma caneca, um cigarro, fones no ouvido, sobretudo preto. Hoje a menina, que já é uma mulher, voltou. Não consigo mas ler o que ela pensa. Parece que construiu uma parede entre um lado da rua e outro. Mas sei que alguma coisa acontece, porque ela voltou. Certamente para conversar com a árvore, mesmo sem dizer nda. Sabe como é? Sim, ela precisa se intoxicar com a fumaça do cigarro misturado com a neblina gelada da madrugada, encostar a cabeça na parede... fechar os olhos... sentir liberdade. está ali, como sempre se aparecendo para uma árvore... quanta mediocridade para uma menina.

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