Dossiê com o registo individual de habilitações ou de experiências do ato de pensar. E só!
quinta-feira, 8 de abril de 2010
Monólogo de uma árvore com copa dourada
Mais uma vez a menina abre a porta vagarosamente, coloca seus fones de ouvido e acendo o cigarro. Hoje ela parece desanimada... olha pra baixo... me observa. Acho até que me admira. Mas não parece feliz. Ela nunca parece feliz. Se bem que daqui fica difícil dizer. A luz do poste que esta sob minha copa, ofusca minha visão e dependendo dos movimentos da menina, não dá pra ver direito suas expressões. Mas eu sei que ela não está feliz. A rua como sempre deserta, e nesse frio que tá fazendo parece que as pessoas não saem de casa, ou no mínimo, não voltam para ela. Se bem que carros quase não passam também e a essa hora não tem mais o ônibus verde circulando. Sabe que essa menina me intriga? Hoje ela está ali novamente, com seu cigarro dessa vez com um copo pequeno na mão. Será que ela é alcoólatra? Não, não... muito jovem para ser. Uma pessoa jovem como essa menina não deve ter conflitos tão comprometedores a ponto de tornar-se um alcoólatra... ou será que tem? Sabe que conheço muito bêbados. Alguns deles devem pensar que sou uma boa amiga, pois se queixam para mim até o sono fazer-lhes capotar. Quando eles capotam é um alivio. Faz tempo que não aparece um bêbado por aqui. Mas a menina aparece todos os dias. Eu não sei de suas queixas. E nunca é no mesmo horário. Engraçado...
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