segunda-feira, 29 de março de 2010

Momentos

A menina esta sentada em uma mesa de bar.
A neblina escurece seu rosto e ela se perde em seus pensamentos duvidosos.
Ao acender seu cigarro é iluminada brevemente pela chama do isqueiro.
Ela bebe mais um gole do vinho que já esta por acabar.
Sem perceber, as horas passam a medida em que as musicas internacionais cada vez mais decadentes tocam.

Os casais, embriagados, se debulham em gargalhadas eufóricas, que se dissolvem na neblina do ambiente.
A menina continua com seu olhar distante, o que a faz esquecer no que estava pensando.

Pouco a pouco os casais se retiram do ambiente, deixando-o vazio.
A neblina que até então a escondia, agora diminui deixando-a exposta. Cada vez mais vulnerável.
Ela decide, então, ir embora com suas pernas tortas sob o efeito do vinho.
Conclui seus pensamentos no caminho de volta pra casa, e quando chega, se embala num sono qualquer.

Espera acordar bem no dia seguinte...
Espera pôr em prática seus planos que há dias lhe invadem a cabeça como uma turbulenta chuva de idéias.
Espera q o sol apareça novamente em sua janela, dando adeus aos dias cinzas, renovando-os.

Só por mais uma noite ela tem esperanças...

Ao acordar, tudo acontece como no dia anterior
Aumentando a vontade de fazer tudo acabar
Fazendo-a viver no vazio e apenas contando com a esperança de todos os dias.

quarta-feira, 24 de março de 2010

é o mês de março

E o que eu levo pra casa nessa noite de chuva, cinza opaco de Curitiba é a amostra gratis de fralda. Penso na Bia. O chocolate amargo acompanha o cigarro. Preguiça de fazer café. Em baixo da árvore, tentando se proteger dos pingos da chuva, um rapaz bicho grilo me canta uma música que acaba de inventar. Ele fala da crise dos 20. Dessa coisa retardada de ser adulto sem saber. Das milhares de perguntas sem respostas. Talvez seja também a crise dos 50. Vai saber em que idade chegam as respostas. Talvez seja isso mesmo. Talvez esse mundo não é assim tão errado. Talvez nossa vida é uma crise efêmera após outra, assim, pra sempre. Tudo isso é pq vejo que o que preenche minha vida é muito passageiro. Depois que isso acabar, pq a data de validade está vencendo, eu não sei o que será. E esse não sei é desesperador... Até que ponto esses sorrisos são sinceros? Não consigo acreditar que são. Não consigo acreditar nessa sinceridade pq não me sinto segura com esses sorrisos. Sabe como? Parece que falta algo pra completar. E esse algo que falta é desesperador. Eu gostaria que algumas situações durassem pra sempre. Pq todos tem que ir embora? E volta a chover. No dia seguinte o despertador não toca mais, e aí percebo que acabou. Esse acabou também é desesperador. Pq estou na crise dos 20. Ou dos 50.

domingo, 21 de março de 2010

Um pouco por nostalgia. Aquele gosto do cigarro e o som da melodia. É estranho eu não estar perto de você agora. Mas eu me acostumo. A Saudade tbm faz bem. Quem sabe. Por quê não novos rumos? Choro e nem sei pq. É estranho não estar com vc. Mas quer mesmo saber? Existem notícias boas. Acho q é assim que tem q ser. Algumas mudanças são necessárias. Toda experiencia é válida. Mas aquele gosto amargo do teu corpo ficou na minha boca por mais tempo. Talvez até para sempre.
E o que dizer, não? O melhor da vida é, realmente a falta de tempo. Digo no sentido de desprezar o ócio de cada dia. Pelo menos assim, os pensamentos incompreensíveis não tem espaço para confundir nossa cabeça. Hoje me encontro numa situação em que não consigo mais me colocar em primeiro lugar, mesmo estando, quase que diariamente, em primeiro lugar. Eu diria se rum outro ponto de vista. Saí da bolha que estava me sufocando. Ando sozinha e me viro sozinha e isso não é mais problema. Gosto dessa movimentação da cidade, apesar de não concordar com a metodologia de algumas coisas. M e sinto bem quando tenho segurança. Hoje vejo q estou muito mais segura. Deus abençoe o aniversário de Curitiba!
Que o teu afeto me afetou é fato, agora faça me o favor...
Tá na cara. Noites sem dormir, sem dormir em casa. Full time de trabalho. Todo mundo vê. Mas agora, sigo teu conselho. Meu mundo não é só isso. o mundo não é uma coisa só. Digo pq hoje fiz algo que ha muito tempo não fazia. Saí da bolha que me consome todos os dias. Quebrei a rotina que não era exatamente uma rotina, mas estava passando a ser. No começo é dificíl... mas sabe... eu só guardo o que foi bom! Muita merda pra nós!

sábado, 13 de março de 2010

visão panorâmica noturna

O letreiro luminoso marca 2:29h. As quatro letras amerelas contrastam com o fundo q é azul. Um homem nebuloso atravessa a quadra, vai até um orelhão disfarça junta uma pedra do chão e atira contra o vidro que se estilhaça do carro que é branco. Observa. Segue em frente. Ao fim do meu próximo trago o homem nebuloso volta. Olha para cima. Acho que conta quantas luzes do prédio a frente estão acesas. Me escondo. Puta que o paril! Preciso bater a cinza. Ele anda sentido contrário ao que veio. Alguns poucos carros cruzam a avenida. O cigarro apaga. O homem nebuloso vai embora.
Realmente a cidade revela seus riscos da madrugada vista do alto do ultimo andar, na única rua de mão inglesa do centro de Curitiba.

terça-feira, 9 de março de 2010

É um ritual
É lindo
A menina conserva isso todos os dias
É como se tivesse q regar as plantas pra elas viverem um pouco mais

domingo, 7 de março de 2010

Um domingo não mais q solitário e pouco produtivo
Um domingo q chove depois da roupa estar seca no varal
é aquele tipo de domingo em q só se faz uma refeição por dia
é a chuva fina e chata como sempre
é o vento gelado q entra por todas as frestas da casa, dos cobertores e da roupa...
é o vazio, o ócio tomado pela saudade
q como sempre vem de não sei onde
e não sei pq
quando não era pra ser
Uma busca exaustiva para encontrar possíveis explicações