quarta-feira, 24 de março de 2010

é o mês de março

E o que eu levo pra casa nessa noite de chuva, cinza opaco de Curitiba é a amostra gratis de fralda. Penso na Bia. O chocolate amargo acompanha o cigarro. Preguiça de fazer café. Em baixo da árvore, tentando se proteger dos pingos da chuva, um rapaz bicho grilo me canta uma música que acaba de inventar. Ele fala da crise dos 20. Dessa coisa retardada de ser adulto sem saber. Das milhares de perguntas sem respostas. Talvez seja também a crise dos 50. Vai saber em que idade chegam as respostas. Talvez seja isso mesmo. Talvez esse mundo não é assim tão errado. Talvez nossa vida é uma crise efêmera após outra, assim, pra sempre. Tudo isso é pq vejo que o que preenche minha vida é muito passageiro. Depois que isso acabar, pq a data de validade está vencendo, eu não sei o que será. E esse não sei é desesperador... Até que ponto esses sorrisos são sinceros? Não consigo acreditar que são. Não consigo acreditar nessa sinceridade pq não me sinto segura com esses sorrisos. Sabe como? Parece que falta algo pra completar. E esse algo que falta é desesperador. Eu gostaria que algumas situações durassem pra sempre. Pq todos tem que ir embora? E volta a chover. No dia seguinte o despertador não toca mais, e aí percebo que acabou. Esse acabou também é desesperador. Pq estou na crise dos 20. Ou dos 50.

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