Dossiê com o registo individual de habilitações ou de experiências do ato de pensar. E só!
terça-feira, 22 de setembro de 2009
Café, cigarros, futilidades tudo isso ás duas horas da manhã...
Certa vez disseram a ela que ela é forte. Deveria não ser? Colocaria algo mais a perder? Não. Ela não é forte. Ela pensa que é. Talvez para os outros pareça ser... Há dias não consegue enganar a si mesma... A chuva ainda não passou... húmida maldita! ainda está húmida. Quando se perde em pensamentos a única coisa que repete (desesperadamente e sem pausa) é: "Ai Deus, Ai Deus, Ai Deus"! Chega a perder o folego repetidndo: "Deus, Deus, Deus, Deus". É inconsciente e incontrolável... ela não quer pensar nisso... assim como não quer pensar em trilhões de outras coisas, por isso tenta enganar a si mesma. Diz que não é nada, que vai passar... que ela vai rir depois que descobrir a poesia jogada no fundo do armário escrito num papel de borrão. Ai Deus! A menina, ela, a menina, discute consigo mesma: "Pare! Acorde cedo amanhã, não esqueça de fazer o roteiro para o institucional, estudar para a prova, fazer as ligações tomar um bom café e depois um bom banho, pode ser o inverso se preferir. Mas não esqueça de acordar ligue pra saber como esta a Bia. Não esqueça! Nem lembrou e já esqueceu! Ai Deus. A menina nunca foi religiosa. Espreme os olhos e a única coisa q repete é: Ai Deus! Perde o fôlego,perde a voz. Precisa parar d fumar! Não. Precisa parar de pensar. Quem déra se pudesse gritar.Esta lá na rua, dentro do ônibus, participando de uma dinâmica, no curso, anda pra lá, pra cá, pergunta os telefones, faz as anotações, ajuda a tomar as decições. É melhor esse do que aquele outro, mas esse é mais viável é isso aí, q legal! Sua alma, coitadinha, já esta reduzida a menos da metade do tamanho que deveria ter e bem ecolidinha se escorando no osso da canela... a menina, ela, a menina tem vontade de andar se arrastando. De parar no meio da rua de baixo da chuva antes de abrir o portão de casa para desmenbrar seu corpo ali mesmo. Sabe como? Desabar? Não não... não é assim como está pensando... é como uma... é como uma implosão! Pq é de dentro pra fora. Ao mesmo tempo ela a menina, pensa em se reerguer... e daí q essa merda de chuva da poha não passa.. cansou d esperar o sol secar os poros da vida q estão mais enrugados do q a pele d uma senhora. Não dá mais... Se ela não tem direito ao sol então não tem direito a mais nda... foda-se. A menina deve ter ainda um pouco d orgulho q não deixa seu corpo desmenbrar no meio da chuva no partão de casa como uma qualquer q se entrega a um mero obstáculo da vida. Foda-se, foda-se... se for pra acabar logo com isso, ela sabe que pode dar outro jeito. vai pensar em algo muito mais simples quando seu egoísmo falar mais alto. Não vai dar créditos ao egoísmo. Não vai ferir seu orgulho. Vai continuar fingindo. Vai passar. Ai Deus. Vai passar. Vai acordar, a menina, com chuva ou com sol, mesmo que se arrastando, vai subir no salto, vai dizer bom dia ao cobrador, ao cachorro ao vizinho ao caralho que tiver na sua frente sempre com uma merda de sorriso na cara, mesmo com os olhos inchados, mesmo com nó na garganta, mesmo com tendões tensos, mesmo sem conseguir respirar... ela, a menina, vai arrastar pra onde quer que vá, sua alma escorada no calcanhar, vai engolir as lágrimas q tem gosto de sal e se duvidar ela ainda vai dizer q esta ali para ajudar. É isso... a menina... mais uma vez vai fazer isso. Seja o que Deus quiser.
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