Dossiê com o registo individual de habilitações ou de experiências do ato de pensar. E só!
terça-feira, 25 de maio de 2010
Monólogo de uma árvore com a copa dourada
Essa menina parece que derrubou suas angústias todas sob minha copa dourada. Depois que ela cortou os cabelos e pintou as unhas, dizem, parece estar mais mulher. Eu sei bem do que estou falando pois é o que vejo. Vejo pouco é verdade, mas vejo. É pq o que eu vejo mais ninguém vê. Quando essa menina sai de dentro de casa com sua canequinha em uma mão e o cigarro em outra, vestida com seu sobre-tudo preto ( que só usa em casa, já reparei), quer dizer que precisa desabafar para no mínimo, conseguir dormir. Para no mínimo conseguir acordar depois. E a quem essa menina recorre? A uma árvore, estancada na varanda da frente, com a copa dourada. Que nada pode dizer, nada pode fazer, só faz ver a menina. Só posso ver a menina quando ela não quer que mais ninguém a veja. Quando ela decide não se mostrar pra ninguém só eu, uma árvore, a vejo.
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