domingo, 10 de janeiro de 2010

Acabou assim...

E agora a dor que eu sinto não é egoista.
Confesso que tive vontade de sair correndo assim que entrei. Mas sabia que eu não poderia fazer isso. Depois, não sabia o que fazer. Era engraçado a reação das pessoas lá dentro... algumas acostumadas com essas cenas, nem se importavam... outras estavam felizes pelos seus parentes estarem se recuperando... outras choravam desesperadamente... e eu... eu não sabia o que fazer. Fiquei assustada!
Decidi colocar minha mão sobre a mão dela a espera de alguma reação. E quer saber o que eu vi? Movimentos ligeiros, bruscos... como se ela quisesse sair dali mas algo  estivesse a segurando. Bem estranho mesmo. Me assustei de novo, e quando estava quase saindo, senti que apesar de tudo, ela precisava de mim... então voltei devagar e falei meio que gaguejando que tudo ia ficar bem... desejei feliz ano novo. Falei que ela ia sair dessa. passei a mão na testa e sai. Chorei. Quis fumar um cigarro. Não posso. Não agora. Esperei... esperei mais um pouco. Vamos embora. Mas dói. Não por ela, por ele que cuida dela, e ainda assim sorri. Pela primeira vez vi ele chorando timidamente... e chorei tbm. Desejei que tudo acabasse logo, e mais uma vez não quis admitir q não posso resolver os problemas do mundo. Nem ao menos os problemas de quem eu amo tanto. Não entendo pq é q tem q ser assim. Eu estava feliz e me divertindo tomando banho de sol e ele abraçado a uma maca no hospital. Será que é justo?
De qualquer forma tudo acabou. Acabou antes do que eu imaginava. Aliás ninguém imaginava. E as pessoas sofrem.
Eu que  relutei pra entrar naquele quarto, no dia seguinte me senti aliviada por ter feito  isso a tempo.
Tudo bem. É engraçado pq nunca estive tão perto das pessoas como agora. E as lagrimas são sinceras, e os abraços são verdadeiros, e o sentimento é nobre. É amor de verdade.

Nenhum comentário: